O tronco de eucalipto serrado ao meio e enterrado um metro na areia formava o centro da fogueira. Ao redor, tocos e gravetos armados desenhavam a base piramidal. Estopas embebidas em querosene preenchiam os espaços entre os tocos e aguardavam o fogo para estalar os gravetos. Um caipira de rosto chupado e braços finos jogava pontas de gravetos na fogueira. Alguns dormiam aos pés das árvores. McHurley caminhava de um lado para outro.
— Que horas são? — perguntou McHurley.
Passava das duas da manhã. Talvez fosse melhor voltar na noite seguinte. Talvez o monstro azul estivesse com a fome saciada. Talvez, se escondera com medo. McHurley encarou o caipira de rosto fino. Coçou a barba.
— Os covardes podem voltar — disse McHurley. — Eu não arredo o pé daqui sem ter tostado aquele couro azul.
Uma rajada de vento derrubou o chapéu de McHurley. As nuvens se aglomeravam sobre o lago, o reflexo da lua mostrava a água borbulhar. McHurley puxou o catarro e cuspiu verde. Os caipiras se postaram junto a John desacreditados no que viam. Com água pela cintura, a garota azul caminhava em direção a areia. McHurley ordenou que acendessem as tochas e seguiu para o canto da praia que a garota azul se dirigia.
— Cerquem a devoradora de vacas.
Os quatro homens mais altos do grupo sacudiram a água com passos rápidos. Cercaram a garota azul apontando tochas.
— Chegou seu fim, filha do satã — gritou McHurley com veia do pescoço exposta. — A fogueira te espera.
— Parem — gritei. — Aqui está o verdadeiro culpado pela morte da tua vaca, McHurley.
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