De um lado da praia, eu e Miles segurávamos os sovacos do lobisomem desacordado. Do outro McHurley, os caipiras e a garota azul do lago.
— Isso só pode ser piada — disse McHurley.
— Capturamos ele no estábulo do velho O’neal — eu disse. Ergui o saco com a estampa vermelha de sangue coagulado para mostrar o formato da cabeça do lobisomem.
— Olho nela — disse Mc Hurleu. — Vou ver de perto essa patuscada.
Outros dois caipiras reforçaram o cerco à garota azul. A bota de McHurley moía a areia enquanto Miles desatava o nó do saco que cobria a cabeça do lobão.
— Por certo o demônio possuiu vocês também — disse McHurley faltando alguns passos para se juntar a nós. — Não pensem que qualquer mentirinha vai livrar a cara da devoradora azul.
— O inimigo estava mais perto do que você imaginava — eu disse. Descobri a cabeça do lobisomem. Na boca aberta de McHurley caberia um ovo de pato. O rosto do lobisomem semi-desmetamorfoseado revelava os traços do humano por traz da criatura. Porém o colarinho rasgado da batina confirmava a identidade do devorador.
— Padre Bianco? — disse John McHurley. — Então que diabos explica essa aberração azul?
Miles e eu nos entreolhamos sem resposta. Uma mão tocou o ombro de John McHurley.
— Pai, acho que eu posso explicar — disse Steve Harris.
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