Ellen esticou o braço e não encontrou John na cama. O despertador marcava cinco e quarenta. Franziu a testa, John sempre levantava às seis para ordenha. Virou o cobertor e sentou. O casaco de John estava no prego da porta. Levantou. Atou a tira do chambre. Lá fora, perto do celeiro, vultos. Arrastou as pantufas até a cozinha. Precisou de dois fósforos para acender o lampião. Os calcanhares das meias de Ellen umedeciam ao roçar na grama orvalhada. Do celeiro, resmungos de John.
— Querido, é você?
Sangue estilhaçado na porta de madeira. Ao lado dos ossos enormes de boi, John ajoelhado.
— Devoraram a nossa Formosa — disse John.
Ellen prendeu o lampião na parede. Abraçou o marido. Tamanha atrocidade só podia ter um autor: o monstro azul que agarrou o ademoniado no clube. Era castigo de Deus por terem um filho assim? A situação exigia providências drásticas.
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