segunda-feira, 23 de maio de 2011

CAP. 25

Quatro tesouras de pau sustentavam o telhado do celeiro. Entre as duas centrais, um estreito forro coberto de feno. Subi a escada de madeira. Miles fez um pêndulo com o braço para atirar a corda enrolada. Uma de minhas mãos segurou a tesoura, a outra varreu o ar para pegá-la. Miles subiu até o último degrau, mas os braços finos não davam conta da última etapa. Puxei-o pelo tríceps até que apoiasse o primeiro joelho no forro. Lá em cima estava quente pra burro, mas conseguirmos ver a vaca por entre o feno ser dar bandeira.

— A bicha é enorme mesmo — disse Miles.

— Ficou interessado?

Miles podia ter me poupado dos detalhes, mas fez questão de contar que barranqueou vaca apenas uma vez, aos onze anos, no sítio do tio. Não fosse pelo fedor de bosta, até faria outras vezes, arrematou.

— Ok. Então, comporte-se, garanhão — eu disse. — Estamos aqui para salvar uma garota inocente, não para traumatizar um animal.

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